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pelo melhor caminho sugerido pelo mapa, mas passando e
parando nos pontos mais importantes de cada dia. Mesmo assim,
meu companheiro, um dia falou: “Ainda voltarei para o Caminho
comminha esposa, para fazê-lo a pé. Assim terei oportunidade de
curtir tantos lugares sensacionais.”
Três situações me chamaram a atenção durante nosso
caminho de bicicleta em 2012. Em Burgos, encontramos um casal
de suíços, com uma criança de menos de dois anos. Eles tinham
saído de sua cidade, o marido e a mulher, cada qual com sua
bicicleta comuma carretinha de carga. Ele – o pai - levava a criança
na sua carretinha e a mãe, a barraca e o restante das cargas. Fiquei
imaginando como subiram Montes de Oca. Outro caso que
enriquece as possibilidades de como fazer o Caminho, ocorreu já
depois de Melide. Era um casal de terceira idade, holandeses,
próximos dos 80 anos: eles tinham iniciado o Caminho em
Amsterdam. Vejama distância percorrida.
No Obradoiro, conversamos sobre nossas experiências de
fazer o Caminho de bicicleta comumcasal de espanhóis, commais
de sessenta anos, que iniciou o Caminho numa cidade próxima de
Barcelona. Registramos nossas chegadas quase no mesmo
momento. Eles utilizaram bicicletas com sistema motorizado. O
Caminho de bicicleta também pode ser uma forma alternativa
para quemteve algum imprevisto. Uma peregrina canadense, teve
uma dor no quadril que a impossibilitava de caminhar. Depois de
recuperar-se, mas sem conseguir caminhar, alugou uma bicicleta
e, pedalando, completou o Caminho. São exemplos de modos e
oportunidades do uso da bicicleta para fazer este maravilhoso
Caminho.
Como já zera o Caminho a pé, na condição de ciclista,
sempre tinha muito respeito e atenção pelos peregrinos a pé.
Especialmente, quando tinha que passar por eles. Muitas vezes o
peregrino pode estar em estados meditativos ou contemplativos,
sem se preocupar com o que ocorre ao seu redor. Se o ciclista não
tiver esta atenção pode causar acidentes.
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Olhar Peregrino