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caminhada por algum tempo, passam-se mais dias, novas
companhias; voltam antigas companhias, que se comportam
como amigos de longa data que se encontram. Uma festa! Mas, a
festa maior ocorre quando se encontram os peregrinos já em
Santiago de Compostela, defronte à Catedral, na grande praça do
Obradoiro ou, especialmente, namissa do peregrino.
Ocorre que em poucos dias temos que voltar para nossas
cidades distantes, para nossas atividades funcionais, mais reais e
menos espiritualizadas. Sentimo-nos meio divididos, gostaríamos
de continuar caminhando ou pedalando, vivendo tanto
momentos felizes em vez de tomarmos o caminho da separação e
da distância. Mas, o mais importante é que camos marcados.
Marcados para sempre pelos Caminhos de Santiago. Tão
marcados que, se não voltamos, temos grande vontade de fazê-lo
novamente.
Ao nalizar este relato tentarei responder a questão de
qual forma é a melhor para fazer o Caminho Francês. Mas antes
alguns dados importantes. O Caminho pode ser feito de várias
formas e modos. Caminhando, depende de nossa disponibilidade
de tempo e de nossa pressa. Entre 32 e 35 dias dá para aproveitar
bem os lugares mais importantes. Planejando deixamos uns dias a
mais para imprevistos. Alguns por contar de poucos dias livres
optam em fazê-lo dividido em partes, às vezes em estações
diferentes.
Para percorrer o Caminho Francês de bicicleta, dando-se
preferência para seguir o Caminho do peregrino a pé, quando
recomendado, em 13 a 15 dias seguidos faz-se com bom
aproveitamento. Quanto aomelhormodo de percorrê-lo, depende
da experiência prévia. Se é um ciclista experiente, poderia fazê-lo
pedalando, mas que não se ponha nesta viagem maravilhosa -
física e espiritualmente - como se estivesse numa prova atlética.
Como este Caminho é para ser vivido conscientemente cada
momento, compartilhado com outros companheiros, me realizei
mais fazendo este caminho a pé.
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Olhar Peregrino