Página 131 - Olhar Peregrino paginadaOK4

Versão HTML básica

uando decidi fazer oCaminho de Santiago de Compostela,
acreditava ser uma viagem espiritual e de relaxamento. Onde ao
mesmo tempo, fosse também uma oportunidade de algumas
regras e rotinas de minha vida serem quebradas. Lembrando que
isto, até aquelemomento, não signicava umsonho, mas sim, uma
vontade profunda de reexão sobre a vida da qual vinha me
alimentando nos últimos tempos, como também experimentar
algo novo ou, quem sabe, aprofundar-me no cotidiano, pois o
Caminho, paramim, seria uma incógnita.
Nunca me imaginei viajando para a Europa para realizar
uma peregrinação, onde teria que caminhar em estradas
desconhecidas e por um trajeto de mais de 300 quilômetros. Além
disso, estaria caminhando comminha esposa e mais nove amigos,
o que seria uma experiência nova e um grande desao para mim e
todos do grupo.
Mesmo sendo grandes amigos, todos eram muitos
diferentes. Isto me deixou preocupado, pois poderia ser um jogo
perigoso e ao mesmo tempo, um verdadeiro termômetro para
nossas tolerâncias.
Partimos, então, no dia 05 de junho de 2014 de
Florianópolis para León, Espanha, onde chegamos no dia
seguinte. Diga-se de passagem, foi uma chegada triunfante e de
uma energia muito forte e positiva, não só porque a cidade é linda,
mas porque todos estavam muito felizes e deslumbrados com a
bela cidade, tudo isto juntamente com a agitação e energia de
outros peregrinos, turistas emoradores.
Pela primeira vez arrepiei-me, pois ali estávamos, defronte
à magníca Catedral de León, que pra mim cará marcada como
ummomento ímpar emminha vida. Ouvi conversas de peregrinos
Meu Caminho
Luiz Gonzaga Pires
Q