Página 141 - Olhar Peregrino paginadaOK4

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Nos aguardava um dia diferente: asfalto e área industrial.
Mas Santiaguinho reservava uma surpresa: a compra de um super
tênis para mim, que ajudaria a caminhar mais confortável com os
pés com bolhas. Em Porriño, a Maria Eugênia me curou com a
pomada que livraria o pé das dores causadas pelas bolhas. Um
alívio!
Redondela nos recebeu comumalbergue lotado, mas onde
os novos amigos nos levaram para celebrar a amizade commuitos
risos e histórias. Rumando para Pontevedra, era sabido que já
havíamos percorridomais dametade do caminho e o coração cou
apertado misturando alegria e tristeza. Seguimos para Caldas de
Reis com suas águas termais relaxantes. À noite fomos à missa
celebrada por umpadre que fazia oCaminho conosco.
Agora só nos restava Padrón, lugar místico que guarda a
pedra em que ancorou o barco com os restos mortais de São
Thiago. Era domingo e uma feira com produtos locais encheu
nossos olhos e estômago. No albergue, uma construção secular,
ummisto de euforia emelancolia por ser nosso último refúgio.
Apostos bem cedinho, nos encontramos comos amigos do
Caminho e seguimos para Santiago de Compostela. Foi um dia de
muita reexão, aperto no coração e curiosidade. E lá chegamos, na
praça principal, emocionadas, admiradas com tanta beleza e
história que a Catedral representa. Todos abraçados, cada uma
com suas lágrimas, agradecemos a proteção destes dias que nunca
sairão de nossamemória.
E a emoção continua ao som dos sinos nos chamando para
a missa do meio dia, onde com surpresa e comuma felicidade sem
descrição encontramos nossa estimada amiga Rosane Durante
(Magra) nos acenando comuma bandeirinha do Brasil.
E assim, todos juntos, fomos buscar nosso certicado.
Quando o atendente me perguntou: o que te motivou a fazer o
Caminho? Respondi: agradecimento. E ele admirado da resposta
me contemplou com um certicado diferenciado que coroou o
mais belo caminho que percorri.
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Mayalú Hafemann