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que se faz peregrino, para empreender uma Busca pelo que é
divino, pelo que é sagrado.
Santo Antônio armava nos seus sermões que “
a vida é uma
peregrinação ou viagem por terra estrangeira, entre o útero e o túmulo
”.
Isso reete bem o nosso estar aqui, somos peregrinos, mesmo sem
o saber.
Por isso a vida de um peregrino consciente é uma Busca
que pretende melhora pessoal e elevação espiritual e faz dela - da
vida - um contínuo e permanente “
ambulare pro Deo
” e em todo o
longo percurso dessa viagem, desse caminhar, desse peregrinar
pela Terra, ele sabe e nunca esquece o sentido da divisa dos
Cavaleiros Templários, criados para proteger os peregrinos da
Terra Santa: “
Non nobis, Domine, non nobis, sed Nomini Tuo da
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Gloriam
” .
Não é para a própria glória que o peregrino faz o “
ambulare
pro Deo
”, mas por que ao nal e ao cabo ele, que Buscou, mais que
descobriu, entendeu que somos duais. Ao mesmo tempo em que
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somos peregrinos, por outro somos também o Filho Pródigo
querendo e buscando o retorno à casa do Pai.
Não a nós, Senhor, não a nós
”, mas na verdade o “
ambulare
pro Deo
” é totalmente feito para nós estrangeiros-viajantes nesse
mundo, almas peregrinas nessa Terra, que um dia viemos e
nascemos, depois passamos a ter necessidade de Buscar até o
denitivo retorno dessa viagem ou o nal dessa peregrinação
maravilhosa que é a vida terrena e, por isso, ser peregrino no
Caminho de Santiago de Compostela é uma dádiva divina, um
talento que nos foi dado, que não pode ser enterrado, mas temos
que saber aproveitar para nossa vida e nossa elevação espiritual.
O Caminho de Santiago é um “
ambulare pro Deo
” feito pelo
peregrino, é o nosso caminho na vida e para toda a vida, para a
eternidade, ele nos marca indelevelmente, cabe-nos ter abertura,
sensibilidade e elevação para ver e sentir. E aproveitar enquanto
aqui estamos e o que resta de nossas vidas.
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Olhar Peregrino
11
SALMO 113,9: Não a nós, Senhor, não a nós, mas para a Glória do Teu Nome; Bíblia Sagrada, 1980; 28ª
edição; EditoraAveMaria, São Paulo, pg. 750
12
LUCAS 15, 11-32; Bíblia Sagrada, 1980; 28ª edição; EditoraAveMaria, São Paulo, pg. 1.369 e 1370