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Acabado este ciclo em 1945, surgiu um novo amanhecer
para as crenças e para a inquietude humana. O Caminho de
Santiago foi relembrado, porém, somente era realizado por
espanhóis e seus vizinhos portugueses e franceses. Foram criadas
diversas rotas: Romana, caminho Francês, Português, Aragonês e
outras tantas. O caminho Francês foi demarcado com suas setas
amarelas de Saint Jean-Pied-de-Port a Santiago.
Tal como na Idade Média, voltaram a ser praticados os
apoios aos peregrinos, no que diz respeito à parte física: albergues
e hospedarias e a mais misericordiosa: a parte espiritual. Se antes
se fazia o caminho a pé por inexistência de condução, hoje se faz a
pé por opção, aproximando-se pouco a pouco, passo a passo do
lugar sagrado, uma experiência inesquecível e emocionante.
Peregrinar a Santiago está na moda, assim como os
caminhos ecológicos ao ar livre, junto a natureza. Mas a Santiago
só Deus e talvez o Apóstolo saibam o que vai na mente de quem
empreende este desao com todas suas espartanas truculências. E
no caminho vão se revelandomuitos e innitos motivos que passo
a passo, pouco a pouco, dia a dia, vão se tornando perceptíveis.
Muitos começam por curiosidade, outros por turismo, outros por
modismo, mas todos que chegam a Santiago completando o
caminho a pé, lá chegam Peregrinos, com espírito de inquietude e
busca, na sua verdadeira peregrinação interior, indubitavelmente
amais importante.
A distância, apreensão, receios e medos vão aguçando
nossos sentidos, vão aorando nossas emoções, vamos
encontrando nas reentrâncias da nossa vida mistérios emocionais
jamais pensados e jamais sentidos. Compreendemos o que são a
tolerância, o respeito, a condescendência, a igualdade, numa
demonstração de quão humildes são nossas necessidades e o
imenso valor das pequenas coisas, que em verdade são grandes
para a nossa paz. Quanto é importante aprender a esperar, reetir,
ir devagar, esperar nossa vez, nossa hora, reetir sobre a fantástica
história que reside há muitos séculos naqueles
pueblos
(vilas) e
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Rudi Zen