Página 33 - Olhar Peregrino paginadaOK4

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A fé sem obras é vazia.
(Tg 2,17)
azer o Caminho de Santiago é se permitir parar diante de
um mundo material para entrar em sintonia com a natureza e
principalmente consigo mesmo; é dar-se uma oportunidade, um
tempo para reetir sobre a vida, acerca das belezas que temos ao
nosso redor e que, muitas vezes, passam despercebidas, sem ser
olhadas e valorizadas como devem. Pode-se entrar em contato
com quem já tenha feito o Caminho, em busca de informações
mais concretas, poréma experiência verdadeira é única e pessoal.
Peregrinar é sentir, perceber, auscultar o que temos de
mais sagrado: o nosso corpo; é aguçar os sentidos pelos quais o
perfume e as cores tornam-se estímulos para seguir adiante; é
desprender-se do material, resumindo-o ao que cabe em uma
mochila. Então os pés passam a ser entendidos com a devida
importância e atenção, e o cansaço físico, que se abate sobre o
caminhante, parece amenizado pela esperança de que tudo passa e
depende de nós.
A expectativa de fazer o Caminho e a concretização do
plano para tanto foi sendo construída ao passar de alguns anos,
mais exatamente, desde 2007. Nessa busca, muitos outros
caminhos foram percorridos durante tal intervalo de tempo, em
uma longa preparação, anal de contas, Compostela situa-se num
país estrangeiro, no qual fala-se outro idioma e tem-se uma rotina
principal diferente: caminhar, caminhar, caminhar.
Convém que a percepção corporal esteja bem ajustada, em
sintonia com os aproximadamente 830 quilômetros percorridos a
F
Caminho de Santiago de Compostela
Caminho Francês
Anie Juçara Fabris Casagrande