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pé em diferentes situações climáticas (tempo e temperatura) e
geográcas (inclinação e tipo de solo), portando-se consigo, além
da vieira (concha distintivo do peregrino), uma mochila com o
mínimo possível de objetos. Esta deve pesar pouco por conta do
peso a ser carregado, mas não menos que o necessário, capaz de
transformar-se de kit de sobrevivência a uma espécie de casa.
O Caminho
O próprio Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles.
(Lc 24,15)
Para chegar até a sepultura de São Tiago, transformada em
uma grande Catedral, os peregrinos podem optar por caminhos
diversos, apesar do
Caminho Francês
ser o mais tradicional e
percorrido. Foi justamente essa a rota que optamos por fazer.
Saímos da cidade francesa de Saint-Jean-Pied-de-Port no
dia 04 de junho de 2010, cortando todo o norte da Espanha até
nosso destino, Santiago de Compostela, quase à margem do
Oceano Atlântico. Percorremos uma distância aproximada de 830
quilômetros.
Foram trinta dias de peregrinação vividos intensamente,
mesmo tendo de utilizar
autobús
(ônibus) e
taxi
por umpercurso de
setenta quilômetros. Isso porque o corpo dava sinais de estar
pedindo tal providência, no que foi respeitado, anal de contas,
nosso físico também se trata de um templo sagrado, morada do
Espírito Santo, a ser cuidado como umdiamante lapidado. Apesar
do planejado, é sábio viver o que se pode e não o que se quer.
Assustamo-nos ao encontrar ummarco homenageando os
peregrinos que ali, naquele Caminho, encerraram sua passagem
por esta vida. Foram muitos - cinquenta e seis -, de diversas
nacionalidades. E além de zelar-se pelo corpo, deve-se prosseguir
“caminhando e cantando e seguindo a canção”, fazendo uso da
música para externar sentimentos. Boas condições emocionais
tambémsão essenciais para a conclusão da peregrinação.
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Olhar Peregrino