Página 35 - Olhar Peregrino paginadaOK4

Versão HTML básica

Atravessamos as províncias de Navarra, La Rioja, Burgos,
Palência, Leon e Galícia conhecendo mais de trinta cidades ou
vilarejos apenas de passagem ou para pernoite, nos albergues. Em
cada umdesses lugares, observamos muito e sentimos a alegria do
aprendizado de novas culturas, dialetos e do menu do peregrino:
variados sabores de vinhos, cerejas, sopa de
ajo
(alho), salada com
atum, truta grelhada, bacalhau, polvo – este para quem
experimentou.
Tivemos a oportunidade não somente de estabelecer
contato, mas também aprender
in loco
um pouco mais sobre
tradições, educação, saúde, economia e geograa de outros povos
t r i lhando, com nossos própr ios pés , caminhos antes
desconhecidos e interagindo com o povo local, além de inúmeros
estrangeiros, lá como nós. Assim nosso Caminho Espiritual pôde
ser complementado com o respeito por cada pedacinho chão pelo
qual passávamos.
Entre os próprios peregrinos, são valores importantes o
companheirismo, a afetividade, a solidariedade, a coragem, o
esforço pessoal, a disciplina, a superação, o respeito pela pessoa
humana e a diversidade de sua fé. Essas qualidades podem e
devem ser não somente sentidas, mas vividas do início ao nal do
percurso.
Durante todos os dias da peregrinação, ao chegarmos em
cidades maiores ou simples vilarejos, procuramos uma igreja.
Aliás, em muitos deles, estivemos em mais de um templo. Isso
oportunizou que nossa meditação diária fosse ininterrupta, para o
progresso da vida espiritual, já que ele foi o objetivo da via que
percorremos.
Nesses locais sagrados construídos pela mão humana,
tivemos a satisfação de participar de celebrações eucarísticas com
as comunidades locais e outros peregrinos. Em tais momentos,
pudemos constatar algumas particularidades celebrativas: o
sacerdote celebrante costuma rezar tudo praticamente sozinho e
não há cantos, alémde amaioria dos éis seremmulheres idosas.
35
Anie Juçara Fabris Casagrande