Página 49 - Olhar Peregrino paginadaOK4

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Neste Caminho convivi com a primavera, a beleza das ores,
o murmúrio das fontes, das folhas, o canto dos pássaros,
frio, calor, vento, chuva, lama, neve...
Etapas duras, cansaço e dores, também, fazem parte do
Caminho, mas a solidariedade se faz presente e, mesmo com
todas as diculdades, a alma ca abastecida.
A energia do Caminho é muito grande.
Encontros com muitas pessoas e o mais importante,
encontro com o espiritual.
Cada peregrino sente que é imperdível.
Foi isso que me levou a repetir a experiência do
Caminho de Santiago de Compostela.
Fomos em sete. Saímos de Lourdes.
Cada qual a seu ritmo, o grupo se desfez.
Fiquei com gripe, tosse e alergia.
Disse a minha amiga: 'Siga em frente!'
Ela não seguiu. Insisti e nada.
Disse que eu caria, também, se ela precisasse.
Agradeci. Choramos. Emoções no Caminho!
Atravessamos os Pirineus. Muita neve. Pés molhados.
Encontramos Chantal e Jean.
Nos convidaram para o almoço.
Entramos na casa de 700 anos.
Nos deram jornal para colocar nas botas. Proteger os pés.
Almoço. Vinho. Café. Bom Papo.
Queriam saber mais sobre o Brasil e Florianópolis
com o atlas na mão.
Após o Caminho correspondências continuaram.
Até Chantal partir ...
Este Caminho milenar, patrimônio da humanidade, é uma bela
e grande aventura, rica a ponto de interessar gerações e gerações
de caminhantes que, com certeza, rearmam, como eu,
outra expressão que encontrei no Caminho:
Los quilômetros no pesam, lo que pesa es no poder andar
”.
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Catarina Maria Rüdiger