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Voltei para Blumenau (SC), e a dor no pé esquerdo
continuou. Demorei para descobrir qual era omeu problema. E era
justamente fratura por stress, devido à exaustão. Foi umbaque. Na
hora culpei a bota, a famigerada haviame traído, descumprido sua
função, que era proteger os meus pés. Atirei-a no fundo do
armário, com a idéia de aposentá-la denitivamente. Comprei um
par de tênis, mas antes deles ainda tive que usar outras botas: as
ortopédicas.
Depois de me recuperar, z várias outras caminhadas:
Caminho das Missões, Rancho Queimado a Angelina, Volta à Ilha
de Santa Catarina, além de minhas caminhadas em Blumenau e
em Jaconé. Tudo de tênis. Fiquei um ano e três meses sem usá-las.
Até que chegou o Natal de 2006. Eu estava preparando minhas
malas para passar a data em Florianópolis (SC). De repente, ouvi
um “psiu” vindo do armário. Olhei e lá estava o par de botas.
Parecia querer me dizer alguma coisa. Resolvi levá-la na bagagem.
Diante da beleza da Baía Norte, calcei um pé..., depois o outro.
Meus pés foram se adaptando, se aconchegando... e ela acabou
sendominha companheira nos seis dias que passei na bela Ilha. Foi
quando eu a convidei para ir a Machu Picchu (Peru) e ela aceitou.
Na volta da viagem, no pequeno espaço de minha manjedoura e
no silêncio de minhas preces, pude agradecer a Deus pela nossa
reconciliação, pela difícil trilha Inca, pela beleza que meus olhos
viram, pela energia que meu espírito experimentou. E, diante de
tanta beleza, a convidei para trilharmos novamente o Caminho de
Santiago de Compostela em 2007. E ela... imediatamente aceitou o
meu convite! Ebaaaa! Fiz as pazes comminhas botas!!!
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Olhar Peregrino