Página 99 - Olhar Peregrino paginadaOK4

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Apesar de gostarmos - eu e Gladys - de caminhar juntos,
muitas vezes camos compessoas e grupos diferentes. Isto facilita
conhecer mais peregrinos, compartilhar mais experiências. Por
muitos dias caminhamos juntos com um grupo grande de
italianos que estava fazendo pela primeira vez também este
Caminho. Outros grupos de espanhóis compartilharampor vários
dias suas agradáveis companhias. Alemães, franceses,
americanos, canadenses, holandeses, austríacos; australiana,
chinês, latino-americanos e de outros países mostravam suas
diferenças e semelhanças, mas todos tinham um só objetivo:
vencer suas deciências físicas, esquecer suas rotinas diárias
habituais, vivenciar cada momento no Caminho, fazer reexões e
chegar ao próximo lugar para descansar e pernoitar, porque a cada
dia tinham um novo desao. Passados alguns anos, ainda
mantemos contato com estes peregrinos. Amizades que se
formame duram.
Geralmente, se pedala de duas a três vezes mais
quilômetros em relação ao caminhado. Inicia-se a bicicletada mais
tarde em relação ao início da caminhada - em torno das 8 horas,
enquanto que muitos peregrinos começam a caminhar até antes
das 6 horas, nos meses de verão para se expor menos ao calor. O
ciclista prefere iniciar as pedaladas com a luz do dia e encerra a
jornada diária depois das 18 horas, quando os albergues podem
estar completos, principalmente no verão.
Nós não zemos reservas para dormir, tanto quando
caminhamos como quando pedalamos. Seguimos caminhando ou
pedalando até alcançar o lugar alvo, onde procuramos um
albergue público disponível. Esta prática de pernoitar em
albergues públicos tem o objetivo de ter contanto com o maior
número de pessoas de diferentes países.
A ceia geralmente ocorria às 19 horas. Fazíamos nossa
escolha alimentar no menu do peregrino acompanhando uma
garrafa de vinho local. Era o momento em que mantínhamos
contato com maior número de peregrinos e quando trocávamos
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Itamar Oliveira Vieira