Rota Enxaimel e Spitzkopf – Blumenau e Pomerode, setembro 2019 por José Carlos Toledo

No dia 28 de Setembro o alegre grupo partiu de Florianópolis com destino a Pomerode e Blumenau com a intenção de realizar a trilha da Rota Enxaimel.
Enxaimel, se traduz como enchimento, é uma técnica de construção em que a estrutura de madeira fica aparente e o preenchimento é feito com tijolos de barro aparentes.
Ao caminhar pela estradinha de terra, as casinhas mais pareciam uma pintura poética com seus jardins coloridos e os vasinhos com flores multicoloridas na sacada, tratados com tanto zelo e amor, que o encanto das cores nos contenta a alma de alegria.
Era como se ao caminhar, nosso grupo fizesse uma pequena viagem no tempo, ali estavam os descendentes daqueles primeiros imigrantes que corajosamente cruzaram o oceano, ao sabor dos ventos, vindos da longínqua Pomerânia e aqui nesta terra agreste, cultivaram a terra e assentaram seu lar.
Pomerode – Pommeroden – Roçado dos Pomeranos.
Serpenteando a bucólica estradinha de terra, completamos, sedentos, o trajeto.
Ah! no final do caminho, como estava delicioso aquele chope na Schordstein (Chaminé de Pedra).
Na sequência, nos dirigimos a antiga colônia alemã fundada pelo Dr. Hermann Blumenau, que lá desembarcou com dezessete famílias de colonos em 1850. Hoje a pujante cidade de Blumenau, quarta maior cidade do Estado de Santa Catarina e sede da maior festa alemã das Américas a Oktoberfest.
Assim nos instalamos no Hotel Glória e depois daquele merecido banho quente, fomos jantar no Restaurante Blumengarden, tudo estava delicioso, típico alemão, com a salsicha branca(Weisswurt) e a vermelha(Bockwurst), mais chucrute, mostardas e outras delícias da culinária germânica.
Tudo isto foi coroado com a comemoração dos aniversariantes do Mês de Setembro: Sérgio, Aurélia, Maria Salete, Mariah, Beto, Gladys, Itamar e Jalmir.
Agora, imagine um café da manhã maravilhoso, pois foi o que nos foi servido no Hotel Glória, tinha de tudo que se possa imaginar e mais um pouco.
Devidamente alimentados, lá fomos nós totalmente entusiasmados (acho que subiríamos até o Everest), mas nos contentamos em ir enfrentar a subida do Morro Spitzkopf.
No pé da montanha, na entrada do Parque havia uma Guarita, cujo atendimento era feito por uma senhora que, creio havia viajado no tempo de alguma aldeia teutónica e caído ali, vinda do século passado.
Túnel de vegetação, cheiro da mata, canto dos pássaros misturavam-se aos nossos passos, como se fossem notas musicais cadenciadas pela batuta do toc-toc de nossos cajados.
Havíamos penetrado no insondável reino da natureza por uma trilha magnífica e cada vez subíamos mais de altitude, adentrando mais fundo na natureza e mais alto na Montanha.
É neste ponto que ocorre algo singular com os caminhantes, suados e cansados, vamos atingindo uma espécie de platô de bem estar, a mente se esvazia e acalma, tudo se tranquiliza.
Então chegamos ao ápice do Spitzkopf, indescritível aquela visão, sem limites, revelando as montanhas em todas as direções, até onde a vista alcança, até o infinito.
Encantados ficamos com a conquista, não da Montanha, mas sim de nós mesmos a compreender que frente a revelação da grandiosidade de tamanha vastidão de beleza natural, éramos nós simplesmente pequenos passantes na vida, enfim, peregrinos.