Vila Flores – Selma Kovalski

Vila Flores (caminho da longevidade sob meu olhar peregrino)

 

Caminhar em Vila Flores foi uma linda experiência, não somente pela beleza dos mais de 30 kms percorridos, mas principalmente pela riqueza cultural que cerca este local, repleto de histórias, cantos e encantos.

Vila Flores é um município do Rio Grande do Sul com aproximadamente 3.400 habitantes (2021) com população formada basicamente por descendentes de imigrantes italianos e a economia voltada para a agricultura, pecuária, cerâmica e metalúrgicas.

E foi nesta vila, berço da imigração italiana, que tivemos o privilégio de conhecer e aprender um pouco sobre a colonização deste local, inicialmente conhecido por Pinheiro Seco (referência a um velho pinheiro que pegou fogo durante a caminhada dos imigrantes).

 

A hospedagem na Vila Capuchinhos é um dos pontos de destaque. O local era um antigo seminário, que por muitos anos abrigou religiosos e jovens seminaristas e hoje se tornou um complexo turístico, porém sem perder as suas características, sendo que pelos seus corredores pudemos observar este legado através das obras, imagens, estátuas, livros, quadros e estantes.

 

Nossa chegada foi brindada com um vinho produzido localmente pelos frades, que durante nosso tempo lá, nos alimentaram não somente através da comida, mas espiritualmente, através do contato com a natureza, com os vinhedos, pomares e águas termais, conhecidas também por termas da longevidade. As piscinas são relaxantes e lá muitos brindes foram feitos. As águas quentes tem a temperatura perfeita para aquecer corpo e alma.

Bebemos desta fonte e certamente voltamos energizados deste local surpreendentemente acolhedor.

 

Durante nossa caminhada com o guia local, fizemos uma parada estratégica para lanche na Agroindústria Rui Alimentos, com lanches e quitutes artesanais produzidos pela família. Local muito bonito cercado de verde.

Visitamos também L Arte Ceccato, uma oportunidade ímpar de conhecer o poder da terra através de ervas medicinais, no relógio do corpo humano, na mandala curativa do corpo. Este relógio foi construído para atrair abundância, sorte, amenizar doenças, captar boas energias, harmonizar o ambiente e transformar as vibrações negativas em positivas.

 

A noite participamos da apresentação do Filó de Vila Flores, uma vivência da cultura italiana onde participamos da história dos imigrantes, com música ao vivo, gastronomia típica (e farta) e muitas brincadeiras. Durante o filó, ouvimos e participamos da história dos imigrantes italianos que se reuniam a noite para confraternizar (rezar, jogar, contar causos, fazer trabalhos manuais) porém a principal função do filó era o encontro onde os imigrantes buscavam forças para seguir em frente na dura jornada do dia a dia.

 

E foi assim que os associados da ACASC encerraram com sucesso mais um caminho. Durante o retorno, a parada para almoço na Vinícola Campestre foi um show a parte!! Local lindo com uma comida maravilhosa.

Retorno este que foi repleto de alegria e cantoria!! Até um coral do fundão se formou!! Agora somos Coral Filó ACASC!!

E para finalizar quero dizer que caminhar é se conectar com a natureza, com os amigos, com a vida e especialmente consigo mesmo. Até a próxima!