Caminhadas em Gravatal

Junho, sábado, dia 23. O inverno nem bem começara e já tínhamos uma programação de caminhada.

Na véspera com a chuva forte e o vento açoitando Florianópolis, alguns se preocuparam e por e-mail ou telefone enviaram questionamentos buscando confirmação do evento.

Não havia volta. Estava tudo contratado. Precisávamos ir nem que fosse para ficar no hotel. Mas na resposta um pedido de crédito a São Tiago que sempre tem dado um jeito no clima em nossos eventos.

Na madrugada do sábado, 46 caminhantes de diversas partes dirigiram-se para o Terminal Cidade de Florianópolis. Partiram de vários bairros de Florianópolis, de São José, Bombinhas, Balneário Camboriú e Blumenau.

O destino final era o município de Gravatal, situado no sul do estado de Santa Catarina, famoso por suas águas termais. Mas o objetivo do grupo era caminhar.

Chegamos por volta das 9 horas. O tempo prometia dia claro, mas ainda havia algumas nuvens cinzentas sobrevoando a área.

Fernando Higa coordenou as apresentações, avisos e alongamentos. Nicolau fez a oração e Guido Niehus, organizador do evento fez uma explanação das atividades. Partimos, então, para o primeiro destino do dia, o Mirante.

Iniciamos a caminhada no trevo de Termas do Gravatal por uma rua pavimentada e depois seguimos por estradas sem pavimentação, sempre subindo.

A paisagem é muito agradável e o grupo seguia entre conversas e pausas para respirar e tirar fotografias.

O mirante encontra-se abandonado, porém isso não prejudicou admirarmos a bela visão do conhecido balneário.

Seguindo entre paisagens agradáveis fomos até a Gruta de Nossa Senhora da Saúde, que construída sob enormes rochas é acolhedora e convida à introspecção. Um momento de elevarmos o espírito. Ali aproveitamos para descansar e lanchar o que seria nosso almoço do dia.

Partimos, então para o terceiro objetivo: A Pedra do Índio.

Depois de caminharmos mais um pouco a estrada foi estreitando e em determinado ponto tomamos uma trilha que adentrava na mata. De início uma subida estreita e íngreme. Em fila indiana subimos com esforço, vencendo a altitude e a mata fechada em alguns trechos.

No topo do morro a gratificação pelo esforço se deu pelo prazer de vencer os obstáculos e pela visão do vale, já iluminado pelo sol que se esparramava avivando as tonalidades das cores da paisagem.

Muitas fotos.

Iniciamos a descida sem imaginarmos que seria um desafio ainda maior que a subida, uma vez que se fez por uma região com declividade acentuada. As botas ajudaram a segurar os pés no chão, mas não foram suficientes para evitar alguns escorregões sem consequências. Deixamos desapontados alguns abutres que sobrevoavam a região ou espreitavam de cima das rochas.

A descida foi lenta, atrasando a programação, desta forma não fomos à Pedra do Equilíbrio e seguimos para o hotel a pé e cada um foi chegando a seu tempo, depois de caminhar os 14,5 km do percurso.

Banho tomado, aos poucos fomos nos reunindo no saguão para conversar e trocar as experiências do dia enquanto aguardávamos ansiosamente pelo jantar.

Pontualmente às 19 horas o jantar foi servido. Depois, um grupo iniciou uma cantoria numa mesa que agregou outro grupo e alegremente seguiram cantando enquanto outros conversavam em suas mesas.

Ainda era cedo quando nos recolhemos para descansar para enfrentar a caminhada do dia seguinte.

O domingo amanheceu com densa névoa.

Sem energia elétrica por conta de um desligamento pré-agendado pela concessionária local, as lanternas, usuais nas mochilas dos caminhantes, foi providencial para facilitar as tarefas matinais no quarto.

Na escada velas clareavam o caminho até o saguão e no restaurante iluminavam o buffet.

Inicialmente previsto para ser percorrido a partir do hotel até o município vizinho de Armazém, o percurso foi invertido e, assim, logo após o café da manhã de domingo o ônibus nos levou a Armazém de onde iniciamos a caminhada.

A manhã estava fria e a neblina começava a se dissipar deixando-nos apreciar a bela paisagem rural pela qual trilhávamos.

Em pouco tempo o sol já se impunha e com o calor os casacos foram parar nas mochilas.

O trajeto com uma subida suave porém contínua exigia esforço de todos. Lá pelas tantas, num carro que vinha em sentido contrário, um senhor parava o veículo quando passava por um caminhante e oferecia uma bala, num gesto muito simpático.

Um pouco mais de quinze quilômetros depois estávamos retornando ao hotel para o último banho e o almoço que precedeu o retorno à Florianópolis.

Foi um final de semana fantástico. As fotos permitirão que refaçamos virtualmente muitas vezes estes trajetos, lembrando das vergamotas que colhemos e experimentamos ao longo de todo o percurso, das flores que apreciamos, das estradas que vencemos, das paisagens verdes, dos campos úmidos, dos amigos com os quais dividimos a companhia no trajeto.

Agradecemos ao Guido e ao Fernando pelo empenho na organização deste evento e aos caminhantes pela companhia.

Por: Maurício Berka


Trajeto do sábado, dia 23:


Trajeto do domingo, dia 24:


Fotos de Maurício Berka:


Fotos de Sérgio da Silva Conceição:

Detalhes do Evento