Caminho do Peabiru

Dia 14 de abril, já bem cedinho, lá no terminal Urbano Cidade de Florianópolis, estávamos reunidos em 32 associados da ACACSC, iniciando nossa aventura de final de semana.

A alegria de todos já prenunciava o sucesso da aventura. De ônibus fomos até a reserva indígena do Massiambu, onde ouvimos palestra sobre o Caminho do Peabiru, sua história e seu significado e, acompanhados pelos indígenas, homens, mulheres e principalmente crianças, tomamos um saboroso café e então iniciamos a nossa caminhada.

Atravessamos a passarela sobre a BR 101, caminhamos poucas centenas de metros em sua margem, por onde passava célere o progresso de nossos dias, trazendo-me lembranças de um antigo conto. ”Um pequeno burrico, de olhos vendados, caminhava sempre ao redor, passando milhares de vezes no mesmo lugar, sem jamais saber o que estava fazendo. Porém estava movendo o eixo que rodava o moinho que prepara a farinha para o alimento que sustenta a vida, ou movendo a correia que retira água fresca do poço para saciar a sede e irrigar as plantas, essencial para a vida. Mesmo sem saber o que estava fazendo executava uma tarefa de grandiosa importância…”

Logo adiante, entramos por uma pequena estrada na reserva indígena, ziguezagueando pela exuberante mata atlântica com sua flora magnífica, desde minúsculas plantinhas recém nascidas até frondosas e seculares árvores. E a fauna? Na sua quase totalidade invisível aos nossos olhos, mas sabemos tão grande a sua variedade. Mais alguns milhares de metros e chegamos a Reserva do Parque Nacional da Serra do Tabuleiro. Na sua sede ouvimos uma instrutiva palestra sobre a reserva e fizemos nosso lanche de trilha, ”sanduiches naturais e sucos” preparados pelas mãos hábeis e caprichosas de nosso guia Flávio, sua esposa e a simpatia de seus dois filhinhos.

Prosseguimos a caminhada pelo parque, em belíssimas trilhas, onde as plantas e principalmente os arbustos vinham nos cumprimentar roçando suavemente seus galhos e folhas em nossos braços e corpo, num tema de paz e liberdade.

Deparamos em certo ponto com uma grande queimada que se estendeu por uma significativa área do parque, um verdadeiro desastre ecológico. Imagino que no próximo ano tudo tomará suas cores verdejantes, mas algumas espécies de plantas jamais serão vistas novamente naquelas várzeas e a fauna jamais alguém poderá avaliar suas perdas.

Assim o grupo com muita disposição foi vencendo o percurso com o espírito leve e alegre que Deus dá a quem caminha. A ajuda de um dia com um pequeno e agradável mormacinho e o sol que às vezes nos castiga, impedido de fazê-lo por nuvens que prometiam mas não cumpriram a chuva, chegamos a praia da Pinheira, a Pousada Santos, ao banho, ao bar e ao excelente jantar, já agora, com a esperada chuva para acalentar nosso repouso.

No domingo, como num agradável bom dia, nem uma nuvem no céu azul profundo e o sol aquecendo e iluminando a natureza e nossas vidas também. Café, alongamento, oração e pé para frente rumo à beleza inesquecível e admirável das praias, trilhas e costões.

Já de início, ainda no perímetro urbano, vimos lindas residências e a população simpática e receptiva. A poucos passos, já a Praia de Baixo, costões, novas praias.

Um caminho de apenas 8 km, percorrido em 5 horas, não conseguíamos andar, não pela dificuldade, mas pela beleza de cada recanto que nos segurava a observar seus encantos tão variados, obras da natureza arquitetadas por Deus e feitas realmente para nosso deslumbramento.

Valeu muito, chegamos então a Guarda do Embaú, que se apresentou a nós já desde lá em cima nos costões, já na foz do rio Massiambu. Zona urbana, água geladinha, água de coco, caldo de cana, sorvete e até cerveja gelada.

Almoço, recolher nossos pertences, ônibus e retorno para casa, cada um com pesar por ter terminado, mas leves e felizes pelos dois dias passados.

Obrigado a todos que participaram e eu acredito muito que juntos desta forma seremos mais felizes.

Obrigado.

Rudi Zen


Fotos de Catarina Rüdiger:


Fotos de Maurício e Clarice Berka:


Fotos de Aristeu Bertolli:

Detalhes do Evento