Nova Trento e Major Gercino


16 e 17 de março de 2013

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Vou começar o relato desta postagem com pedidos de desculpas pelo atraso na publicação. Para a Mayalú, que tanto se esforçou para organizar essa caminhada. Para o Ruy Eduardo e a Catarina que disponibilizaram as fotos tão logo encerramos o evento, para os caminhantes que não tiveram a oportunidade de ver relatado o fantástico final de semana num tempo razoável. Para todos os associados.

Em seguida, um agradecimento em destaque para o casal Liliane e Saulo, que escancarou as portas de sua casa a esse bando de “loucos” que chegou ávido de cerveja e comida. Afinal o que leva alguém a se dar tanto a um grupo de desconhecidos? Abrir mão do descanso de um domingo para organizar toda a recepção de que fomos alvo. Eu gostaria de encontrar palavras adequadas a sintetizar a intensidade de nossa gratidão, mas me faltam. No entanto, o sentimento que vai dentro de nosso peito quando pensamos no assunto dimensiona o tudo que representa para nós aqueles momentos vividos em Major Gercino na casa deles.

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O sábado acordou triste, quase choroso. Talvez porque se aproximasse o final do verão ou ainda por algum outro motivo que não quis revelar a nós. Enfim.

Madrugamos no Terminal Cidade de Florianópolis para partirmos às 6 horas. E o fizemos, rumo ao município de Nova Trento, com uma parada para um lanche.

Já no hotel onde pernoitaríamos, nos encontramos com as novas associadas Isabel, de Timbó, acompanhada de seu marido Rubens e Solange, de Bombinhas. Malas nos quartos e fomos para o pátio, ansiosos pelo início da caminhada.

O grande círculo, algumas palavras do presidente, mãos dadas e a oração que marca todo início de caminhada do grupo.

Saímos à pé, já dali, rumo ao Santuário de Nossa Senhora do Bom Socorro, no Morro da Cruz, ainda no perímetro urbano da cidade.

As chuvas da noite anterior deixaram a paisagem limpa, orvalhada, de uma nitidez impressionante. Exuberante. Full hd 240 hz.

Dizer que a subida é forte é dizer pouco. Assim os caminhantes seguiam em pequenos grupos, conversando entre uma respirada e outra. Agrupados mais pelo limite da capacidade respiratória do que outro motivo.

Lá no alto a pequena igreja do santuário, simpática, possui uma escadaria que leva a um terraço sobre sua cumeeira que permite uma visão de todo o vale. Mas naquele dia o céu nublado nos impedia de tirar proveito desta condição, limitando-se a nos mostrar a cidade ali aos pés do morro.

Ainda enquanto descansávamos lá em cima, a chuva chegou. Apesar de acanhada exigiu que colocássemos as capas.

Descemos, então, com nossas capas sobre o dorso feito túnicas de um povo em procissão. Ao pé do morro a chuva já nos abandonava e levamos conosco, por mais algumas centenas de metros uma leve garoa.

Seguimos pelas ruas da cidade com destino ao Santuário de Santa Paulina.

No caminho uma pausa em restaurante de comida italiana para um almoço. A gula falou mais alto e saímos bem mais pesados do que deveríamos. Um sobrepeso para carregar nos quilômetros que nos faltavam até o Santuário.

Chegamos no exato momento em que se iniciava a missa permitindo a participação de alguns caminhantes.

Devido ao exagero do almoço, alguns solicitaram que o ônibus viesse para buscá-los e desta forma retornaram. Outros voltaram caminhando, grupo no qual me incluía. Ao chegarmos no hotel, já no final da tarde, as nuvens se abriam no céu permitindo vermos o azul celeste e os raios do sol nos aquecia.

O jantar, também de comida italiana nos levou a mais exageros.

Massas, um bom vinho e uma mesa de amigos. Não podia ser melhor!

Daí a noite reparadora de sono capaz de corrigir todos os exageros do dia anterior, seja na comida ou na caminhada, nos deixou prontos para as atividades do domingo que amanheceu ensolarado.

Depois do café da manhã colocamos nossas mochilas no ônibus e seguimos até a localidade de Colônia, já no município de Major Gercino, de onde partiríamos caminhando até a casa de Liliane e Saulo.

Por estrada de terra, sem trânsito relevante de veículos seguimos caminhando naquela manhã quente, castigados pelo sol.

A estrada ladeada por propriedades rurais e margeando o rio nos embevecia. E, como sempre, caminhávamos no ritmo de nossas conversas, ou seja, dependendo de quem nos acompanhava a cada momento, agilizávamos os passos ou os contínhamos para cadenciar o ritmo.

Todos alegres, felizes por poder desfrutar da natureza e da companhia dos amigos. Um clima muito bom.

Cruzamos a aldeia indígena e continuamos caminhando. Alguns contatos com os moradores da localidade a quem causávamos certa estranheza.

Já próximo ao final do percurso, na ponte que leva ao acesso de Pinheiral, fizemos uma pausa para reunir o grupo. Ali, sentados na calçada, sim é que causamos muita estranheza e, todos que passavam de carro olhavam atônitos se perguntando que grupo seria aquele. Todos exalando uma sensação de bem estar, uma alegria intensa, quasse eufóricos.

Reunidos, partimos então para a casa de Liliane e Saulo, onde nos esperava um almoço especial. Um churrasco e saladas feitos de carinho. E para acompanhar, antes e depois, as cervejas especialmente elaboradas pelo próprio Saulo. Refrescantes. Deliciosas.

Tivemos a oportunidade de cantar os parabéns ao Saulo que aniversariava.

Ficamos muito tempo ali curtindo aquilo tudo. Era muita coisa para processar, absorver.

Um final de semana fantástico!

Por: Maurício Berka


Fotos de Ruy Eduardo Barrios Pratini:


Fotos de Catarina Maria Rüdiger:

Detalhes do Evento