Trilhas Norte da Ilha

Nesta caminhada compareceram dezenove pessoas; antes de chegar ao ponto de encontro, uma chuva leve fez com que muitos procurassem uma loja que vendesse capas de chuva. O ponto de encontro foi em frente de uma farmácia aonde todos se apresentaram e, o nosso guia Fernando deu as instruções, o outro guia foi o Souza que iria fechar o grupo. Iniciamos a caminhada, após uns quinze minutos nos reagrupamos novamente, mas sem chuva, para a oração. Desde o início uns quatro cachorros nos acompanharam (perro-grinos?) e, antes do final juntou-se mais um.
A trilha da Feiticeira estava bem demarcada, (trabalho anterior do Fernando) ao nosso redor muita vegetação, um pouco de barro em alguns pontos, que não chegou a prejudicar; chegando na Praia Brava, parada para o lanche. Depois da Praia Brava iniciamos a subida do morro dos Urubus, terminamos na rampa de saída de voo em asa delta, não continuamos nesta trilha porque tinha logo depois uma vaca morta já em adiantado estado de decomposição, os urubus estavam se refestelando. Retornamos um pouco e iniciamos a descida até a Lagoinha do Norte.
No final da Praia da Lagoinha entramos em uma trilha que ainda não conhecíamos, dando a volta ao morro até Ponta das Canas, linda a vista das praias, conforme mostram as fotos, a trilha também bem demarcada, quase no trecho final uma descida íngreme, mas as arvores próximas permitiram a descida sem incidentes.
Ao chegar na Pontas das Canas nos despedimos, com total satisfação pela bela caminhada, temos a agradecer o trabalho dos dois guias, muito atenciosos e competentes.

Maria Pesavento Pereira e José Alves Pereira Filho


O texto a seguir foi encaminhado pela associada Odete Maria Pagliarin

PODE SER QUE……….

Téc, téc, téc no telhado……… Acordei. Logo me dei conta: chuva.

Ah não!!! Se foi.
Se foi a caminhada do Fernando.
Bem…….., eram 5:30 hs da manhã.
E a chuva era pesada.
Será que………?
Será o que?
Oras, não vai mais ter caminhada.
Logo lembrei: é, mas ainda pode mudar o tempo.
Abri a janela, céu fechado e escuro.
E chovia, chovia.
Chovia grosso.
Pelo menos no meu bairro.
Só restava esperar.
Ás 6:30 hs, parou.
Resolvi imprimir otimismo nas minhas conjecturações.
Bem……..
Pode ser que não choveu no norte da ilha.
Ou, pode ser que choveu pouco.
Ou, pode ser que tenha um trajeto alternativo.
Ou, pode ser que a trilha não apresente perigo com a chuva.
Ou, pode ser que não chova mais durante o dia.
Ou, pode ser que algumas pessoas irão assim mesmo até o ponto de encontro, lá no bairro Ingleses.
Ou, pode ser que se eu não for, vou perder a companhia de bons amigos.
Ou, pode ser que se eu não for, não vou me permitir a possibilidade de vislumbrar encantadores cenários.
Ou, pode ser que se a caminhada não sair, por causa da chuva, a nossa vontade de estar juntos, crie alguma outra programação.
E nessas alternativas eu só tinha vantagens em me deslocar até lá.
Levei uma capa de chuva sobressalente, porque convidei uma amiga para irmos juntas.
Preparei o lanche, algumas frutas, água e uma boa dose de confiança de que iria fazer uma bela trilha.
No trajeto choveu novamente.
E os “OU, PODE SER QUE”………já estavam consolidados na minha mente.
E a boa dose de confiança que eu tinha dentro da minha mochila foi sorvida profundamente numa longa respirada.
Quando chegamos no terminal de Canasvieiras, já vimos, em meio a todos os costumeiros passageiros, alguns sujeitos diferentes: eles eram os que queríamos encontrar.
A nossa trupe.
Que bom, já era um bom presságio.
Tomamos o ônibus para os Ingleses. Na chegada fomos acolhidos por uma chuva fina e gelada.
Todos já vestiram suas capas de chuva com satisfação.
E contentes.
E tão logo ao destino da trilha, já dispensamos a capa de chuva.
Sabíamos que seria especial essa trilha.
E foi, como todas as nossas trilhas.
Andamos em calçadas, morros de “sobe e desce”, areias fofas, areias soladas, barro, pulando de pedra em pedra, com cheirinho de mato, com cheirinho de mar, com cheirinho de comida das casas por onde passávamos, nos inebriando com as conversas soltas e espontâneas próprias de peregrinos, trocando figurinhas com todos, ora por um comentário, ora ao narrar um pedaço de nossa vida, ora por comentar o cenário que a esplêndida natureza se nos apresentava.

E…………. ENFIM CHEGAMOS.

GRATOS.

GRATOS, PRINCIPALMENTE POR ESSA VESTE DE CARNE E OSSO,
POR ESSA ALMA AVENTUREIRA E DESBRAVADORA,
POR ESSA ÍNDOLE QUE NOS MOVE A DESAFIAR LIMITES FÍSICOS E PSÍQUICOS,
QUE NOS MOLDA PARA A FLEXIBILIDADE QUE O BOM VIVER REQUER.
OBRIGADA FERNANDO, OBRIGADA AMIGOS DO CAMINHO.


Fotos de Maria Pesavento Pereira:


Fotos de Ilson e Terezinha Clemente:

Detalhes do Evento