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tantas vezes, mencionada nomeu cotidiano e com tudo que surgiu
após as peregrinações, naquelas terras Ibero-hispânicas.
Nesta narrativa vinculo 2001, 2003, 2005 e 2009, quando
tive a oportunidade de viajar por Portugal e Espanha, países
considerados os celeiros da história popular preservadas por sua
gente na Europa. Percorri diferentes caminhos, nos quais alguns
eram rotas dos peregrinos a Santiago. Alguns longos, outros
curtos, certicado por encontros dos mais variados níveis da
existência humana e geográca.
Das experiências a convivência solitária e coletiva agrega
novos amigos. Na fugida do pensamento ressurge a frase: “muitos
dos caminhos levam a Santiago”, tantos aqueles que foram
engolidos pela expansão urbana, quanto aqueles abandonados
por sua gente ou, por aqueles, redescoberto por pesquisadores na
forma mais rústica. Na complexidade de cada, uns deixammarcas
recheados de lembranças, insígnias e de histórias a disposição das
pessoas.
Nas quatro oportunidades reais o tempo não foi muito
estendido e exclusivo o suciente para se chegar em Santiago a pé.
De todas as viagens foram muitos encontros como já citado
anteriormente com peregrinos e pessoas que se aventuram.
Alguns rapidamente, outros lentos, provavelmente no limite do
seu corpo e do seu tempo, outros de bicicleta, suados, cansados,
estropiados, sozinhos ou acompanhados. Anônimos do seu
tempo!
A cada encontro sobre o sol escaldante, chuva ou neve
realizados por aquelas pessoas me pergunto: qual a razão para se
expor a tudo isso? Sem resposta imediata, mais uma vez, observo
que a cada parada nas cidades e nos lugarejos, a cada paisagem o
meu espírito inquieto e ávido por respostas não se desprende em
nenhum segundo da palavra caminho, caminhar e, me leva a
reetir sobre a questão e, também, sentir o quanto esta parte da
Espanha é especial, por tudo que representa para o patrimônio
cultural. O fascínio se mistura e se conecta com o espiritual
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Olhar Peregrino