Página 65 - Olhar Peregrino paginadaOK4

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pelo casal. Por sua vez, Edgard que já sofrera muito com as bolhas
no Caminho anterior, ao fazer um alongamento estando com a
mochila nas costas e calçando botas, provocou tendinite em sua
perna direita. Isto o obrigou muitas vezes a fazer uso de ônibus ou
taxi.
Muitos quilômetros depois dos Pirineus, encontramos
áreas onde as colheitas já tinham deixado o solo nu. O outono
estava se instalando e as cores amarela e castanho foram
aparecendo. Fardos imensos de feno empilhados eram a única
sombra e ali nos instalávamos para descansar e comer. Ao chegar
naGalícia o verde e as águas voltarame nos encheude satisfação.
De volta a Santiago fomos logo pegar as Compostelas. Foi
quando descobri que meu nome Luiza e latim é Ludovica. Desta
vez compramos algumas lembrancinhas, passeamos novamente
por suas ruas medievais e visitamos a Catedral. Encontramos, por
acaso, o Cláudio e a Mara, amigos e companheiros de caminhadas
da ACACSC. Almoçamos juntos naquele dia. Também vimos
Catarina, a senhora belga que nos abraçou emocionada e ali se
despediu. Com lágrimas nos olhos nos despedimos de muitos
outros peregrinos.
O Caminho Francês pela segunda vez
Mas ainda não tinha acabado. Vinte dias após retornar da
Espanha, no jantar de confraternização de Natal, promovido pela
ACACSC, duas passagens para fazer o Caminho Francês foram
sorteadas. E eu, Deuci Luiza, ganhei uma delas. Maravilha das
maravilhas, que só se tornou realidade emmaio de 2014, após uma
enfermidade que Edgard enfrentou. Fomos sozinhos, e vivemos
experiências que foram acrescentadas ao que já havíamos
vivenciado quando estávamos emcompanhia de José eMaria.
Desta vez chegamos a Saint Jean-Pier-de-Port, depois de
uma longa noite insone, viajando de trem vindo de Lisboa até
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Deuci Luiza Stefanelli Fernandes