Página 125 - Olhar Peregrino paginadaOK4

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os meses de outubro e novembro de 2013, eu e meu amigo
e companheiro de caminhadas João Élcio, resolvemos iniciar uma
caminhada de 1600 quilômetros na cidade francesa de Arles.
Como ambos somos veteranos e peregrinos sacramentados pelos
muitos caminhos no Brasil e Europa, encaramos este desao com
muita vontade e determinação. Caminhamos, inicialmente de
Arles até Montpellier, pelo
Chemin d'Arles
(Caminho de Arles ou
Via Tolosana). Seguimos, depois, pelo
Chemin Roumieu
, para
Carcassonne, que se liga ao
Chemin du Piedmont du Pyrénées
(Caminho do Piemonte dos Pirineus), sendo este trajeto ainda mal
sinalizado, por ser pouco usado, causando-nos sérios problemas:
caminhar quase 50 quilômetros num só dia, ir para à esquerda
quando deveríamos ter ido para à direita, perder-se em meio a
orestas de altitude, cair muitas vezes seguidas, machucar-se
bastante ou sair ileso das montanhas pirenaicas ou mesmo das
cidades e vilas. E isso que tínhamos um guia detalhado, só que
comtexto emfrancês.
Acho que depois de muitos dias, descobrimos onde
residiam todos os nossos problemas: a melhor coisa foi perdê-lo -
o guia - nas proximidades de Carcassonne. Mas jamais perdemos a
nossa fé e a vontade de caminhar até Santiago de Compostela,
mesmo semo guia.
A Europa inteira foi construída para se conhecer a pé,
através de belas paisagens, que nos remetem aos tempos
medievos, ancestrais. Os caminhos que levam até Santiago de
Compostela, iniciam desde o Báltico, o Mar do Norte, Mar Negro,
Mar Vermelho, Mar Morto e se fundem em algum lugar da Ásia,
Leste Europeu, Inglaterra, Noruega, Rússia, Alemanha, Franca,
Itália, Portugal, para se ligar aomais usual de todos, na Espanha, o
Caminho Francês.
Entre jaquetas e castanhas
Luiz Antonio de Moraes
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