Quando se caminha durante dois meses, a gente encontra
pessoas de diferentes países, com percepções, conceitos, teorias
distintas das nossas; alguns um tanto quanto exóticos e, às vezes,
com uma visão pouco conclusiva, fazemos mau juízo de pessoas,
namaioria das vezes seresmaravilhosos - ou não -, que a gente tem
vontade de encontrar todos os dias ou denitivamente se livrar o
mais rápido possível. Isso acontece todos os dias. Não somos
perfeitos e o Caminho está arquitetado para isso, pois a
diversidade peregrina é uma obra didática em si, e ela nos orienta
todos os dias. Encontramos Albergues e Gite D'Etape
extremamente assépticos e Hotes D'Chambre, em casarões ou
palacetes do século XVII, aparentemente luxuosos, que se paga
muito e que se perde o descanso por conta dos
chinches
, nosso
popular percevejo. Na verdade o simples para o Peregrino, deve
ser omelhor.
Foi assim que encontramos, no Accuell Jacquaire “La
Ruche”, que é gerenciado pelos donos e hospitaleiros, ele Pastor
Anglicano e sua simpática e prestativa esposa, Madame Sylvette.
Foi onde nos encontramos com o alemão Padre Johannes, de
Munique, para nós simplesmente João; o Técnico Florestal tcheco
Ondrej, para nós André; o técnico de informática de Milão, o
italiano Simone e a aposentada californiana, a americanaAnne.
Era 16 de outubro, não fomos os primeiros a chegar no
albergue. Carimbamos nossas credenciais e nos acomodamos
num quarto onde havia oito beliches, escolhemos car longe da
porta. Tomamos banho, lavamos nossas roupas, zemos algumas
fotos e lmagens a partir da sacada da casa, que temuma belíssima
vista da esplanada e de todo Santuário de Lourdes, para mostrar
aos nossos. Apartir daí começarama chegar os peregrinos.
Nos dias que antecederama nossa caminhada, o João Élcio,
havia comprado numa loja especializada emroupa esportiva, uma
jaqueta amarela ou aquele verde de caneta destaca texto,
levíssima, mas extremamente eciente, pois funciona como uma
segunda pele. Deixa estar. Antes do Jantar, naquele dia - por não
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Olhar Peregrino