Página 161 - Olhar Peregrino paginadaOK4

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o início dos anos 2000, li numa revista “Viagem” uma
reportagemsobre o Caminho de Santiago de Compostela. Tempos
depois, li o “Diário de umMago”, de PauloCoelho.
Apesar de não ser muito religiosa, nasceram, então, um
forte desejo de conhecer o Caminho, a curiosidade e a vontade de
enfrentar o desao. A fantasia foi tomando conta deminhamente.
Como sempre acreditei que quando desejamos algo fortemente
tudo começa a conspirar a nosso favor, em 2004, escutei uma
pessoa falando que estava pretendendo percorrer o - para mim
ultra-mágico - Caminho. A partir de então, comecei a preparar-me
para também eu trilhá-lo. Como tudo em nossa vida deve ser
minuciosamente planejado, efetuamos um planejamento
detalhado, sempre com o auxílio de nosso experiente guia Guido
Becker.
A emoção era grande e passei a inteirar-me de tudo o podia
sobre o Caminho de Santiago de Compostela. Leituras, conversas,
curiosidades, vestimentas, pessoas interessantes, intrigantes,
curiosas, masmuito amáveis.
Em setembro de 2005, partimos. Então com 52 anos, além
de tentar desvendar o mistério do caminho do Caminho, também
queria testar-me, desaar-me e reetir.
Nos primeiros dias, a dor, o cansaço, a saudade de casa e
do conforto, trouxe-me um certo desânimo, tendo nos momentos
mais difíceis surgido um forte desejo de abandonar tudo com a
constante pergunta namente “o que estou fazendo aqui”?
Mas com o passar dos dias, esta sensação foi diminuindo e
nasceu em mim um sentimento de liberdade. Sair cedo, pegar o
frescor da manhã, o maravilhoso nascer do sol, o contato com a
natureza, com as obras primas construídas ao longo do Caminho,
O desafio
Rosângela Machado Balzan
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